CAÇADA AO TEMIDO PEIXE ELÉTRICO(PORAQUÊ):MAIS UMA AVENTURA AO EXTREMO DA EQUIPE SUBHUNTERS, NA AMAZÔNIA.

LOG BOOK PESCA SUB NO IGARAPÉ AÇÚ-NORDESTE DO PARÁ,EM 20 DE 0UT DE 2012(SÁBADO): RELATOS DE MAIS UMA AVENTURA AO EXTREMO DA EQUIPE SUBHUNTERS. Bem melhor que relatar uma aventura é vive-la intensamente mas tenho certeza que através deste breve relato você vai viajar um pouco com mais uma aventura da nossa equipe de pesca sub. O relógio marcava 7 horas da manhã, já haviamos desembarcado toda nossa tralha(máscaras de mergulho, snorkel, faca, lanterna de mergulho, arbaletes etc)O coração batia a mil, a adrenalina escorria em nossas veias que nem as águas no braço do rio. Havíamos mergulhado dois dias antes em outro ponto mas a pesca sub é tão fascinante que todo mergulho é como se fosse o primeiro. Fizemos uma oração e entramos finalmente no rio. A expectativa era grande pois neste trecho haviam muitos relatos da presença de peixe elétricos e outras feras, mas, apesar de nosso esporte ser radical, quando estamos bem treinados, os riscos são controlados. Cerca de 30 minutos após o início da caída, nosso parceiro Vitor foi recepcionado por uma pequena sucurí de uns 4 metros que saía do fundo e passou muito próximo do nosso amigo que submergiu e me alertou. Foi a primeira sucurí que meu amigo viu no fundo. Sorrí e prosseguimos. Logo a frente meu parceiro acertou um cará considerado. Quando ele ainda comemorava, acertei uma traíra e também entrei na comemoração. A vegetação subaquática nos encantava.

Subhunter Vitor, deu de cara com a sucurí. Ultrapassamos um trecho muito raso e prosseguimos na parte mais funda. Nesta parte haviam muitas tronqueiras e raizes submersas. Em dado momento, quando já estávamos prestes de encerrar a caída, por volta de 11 horas,quase dei de cara com um peixe elétrico, isto mesmo, uma fera de 1 metro de comprimento que acabava de sair de uma raiz. Em momento algum o animal me atacou, quase nos chocamos por pura coincidência. Só que muitas pessoas já morreram ao serem atingidas pela potente descarga elétrica do poraquê. E o detalhe é que este animal, em algumas circustâncias, não costuma desviar seu caminho não. Meu reflexo foi imediato e conseguí desferir um belo tiro com meu arbalete: Atingí o peixe elétrico na cabeça, quando ele já vinha em minha direção e já se encontrava a apenas uns 50 centimetros de distância. Pra quem nunca experimentou, o peixe-elétrico é um prato muito apreciado na Amazônia e uma delícia que pode ser preparada de varias formas. Após o belo tiro, me esquivei imediatamente pra trás e folguei ao máximo a linha do meu arbalete pra manter o animal o mais distante possível. Mesmo atingido no apagador(ponto vital), o peixe-elétrico ainda sobrevive por muito tempo e até seu último suspiro seu choque pode ser fatal. Submergí segurando firmemente meu arbalete. O poraqué, arpoado, havia se distanciado cerca de 5 metros. Já fora dágua, puxei o poraquê com muito cuidado pra não tocar na seta de aço do arbalete. Retirei o animal da seta com auxílio de um pedaço de madeira. Só pra vocês terem uma ideia do perigo, ao colocar o peixe elétrico na fieira, sua descarga elétrica matou instantaneamente os outros peixes.Existe um vídeo no you tube que mostra um pequeno poraquê matando um enorme jacaré apenas com um choque e na região onde estávamos caindo, um rapaz foi morto por um desses peixes.

Fundo do rio onde capturei o poraquê.

Encerramos nossa caída com este belo troféu. Como é muito rara a captura deste peixe, resolví dar de presente a uma jovem senhora de 93 anos, moradora local que, há muito tempo me fez um pedido: Não queria partir desta vida, sem saborear novamente um peixe elétrico moqueado(na brasa). Vocês nem imaginam a alegria desta senhora ao receber o poraquê de minhas mãos. Todos satisfeitos, arrumamos nossas tralhas e pegamos a estrada de volta. Durante a viagem, o assunto mais comentado era: "ONDE VAI SER NOSSA PRÓXIMA AVENTURA AO EXTREMO?"

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